Há cinco anos atrás, escrevia eu no dia da morte de Carlos Paredes.
Vejo-o como alguém que, com a sua guitarra, nos coloca sobre o mais belo miradouro da cidade e nos faz ver reflectido no rio os maiores feitos dos nossos antepassados.
Vejo também esta música, especialmente, como um expor em som da nossa vulnerabilidade e complexidade.
Lembro-me de me perguntar a primeira vez que a ouvi: “Mas como é que ele sabe que eu sou isto?” É como se tocasse na guitarra a música do nosso código genético, o código genético Português.
Basta a primeira nota para percebermos que, o que se segue, nos vai tocar para sempre:
Post de 23 de Julho de 2004, "O MESTRE"
O MESTRE toca o rio Tejo, as ruas íngremes e estreitas, o castelo, a calçada portuguesa. O Mestre toca a nossa língua, o nosso fado, intensidade, tristeza, romantismo, sensibilidade. O Mestre toca-nos. Descreve a nossa essência com as notas por ele descobertas. Emociona-nos, revela-nos.
O Mestre toca o pássaro que plana no céu, livre de esforço, e que é com ele um só. Carlos Paredes consegue ser esse pássaro, com a sua guitarra. E faz-nos olhar assombrados para o céu.. perante tamanha genialidade.
Trilho dos Três Rios - Albergaria-a-Velha
Há 1 semana