Foto:Kiko Neto
Não duvides de mim.
Limita-me a este olhar tapado de vidro,
À marreca que não consigo curar,
Ao andar metálico e militar do meu corpo estreito.
À voz grave e quase muda.
A encolerizada criatura,
Que de pensamento deserto,
Retorna no crepúsculo à sua gruta.
Serei correspondência perdida
Por enjeito do destinatário.
De mau trato e nocivo,
Impróprio para mostruário.
Não desconfies que sou mais que isto.
Se ainda não conseguiste adivinhar que não,
Prefiro que nem desconfies,
Que atestes que sou assim.
Não duvides de mim.
Limita-me a este olhar tapado de vidro,
À marreca que não consigo curar,
Ao andar metálico e militar do meu corpo estreito.
À voz grave e quase muda.
A encolerizada criatura,
Que de pensamento deserto,
Retorna no crepúsculo à sua gruta.
Serei correspondência perdida
Por enjeito do destinatário.
De mau trato e nocivo,
Impróprio para mostruário.
Não desconfies que sou mais que isto.
Se ainda não conseguiste adivinhar que não,
Prefiro que nem desconfies,
Que atestes que sou assim.