
Não duvides de mim.
Limita-me a este olhar tapado de vidro,
À marreca que não consigo curar,
Ao andar metálico e militar do meu corpo estreito.
À voz grave e quase muda.
A encolerizada criatura,
Que de pensamento deserto,
Retorna no crepúsculo à sua gruta.
Serei correspondência perdida
Por enjeito do destinatário.
De mau trato e nocivo,
Impróprio para mostruário.
Não desconfies que sou mais que isto.
Se ainda não conseguiste adivinhar que não,
Prefiro que nem desconfies,
Que atestes que sou assim.